Melhores decisões com dados: fazendo a pergunta certa
A maioria das empresas vê, com razão, os dados como uma fonte para tomar melhores decisões. Mas a abordagem convencional muitas vezes fica aquém porque se confia excessivamente em dados existentes que podem ou não resolver o problema em questão, ou passam decisões-chave para cientistas de dados que realmente não entendem o dilema de negócios que estão tentando resolver. Os tomadores de decisão também são propensos a liderar com uma preferência, chegar a uma solução e, em seguida, encontrar os dados para apoiá-la.
Stefano Puntoni e Bart De Langhe, autores de “Decision-Driven Analytics”, apresentam uma alternativa que parte da decisão que precisa ser tomada e trabalha para trás em direção aos dados necessários. Essa abordagem destaca a importância estratégica do que não sabemos, ressaltando a importância da humildade intelectual. Na verdade, elaborar as perguntas certas é uma etapa essencial e fundamental no processo de análise de dados.
Mas atenção!
Se a análise partir dos dados disponíveis em vez da decisão a ser tomada, aumenta as chances de fazer o tipo errado de pergunta. Isso não quer dizer que a mineração de dados e a análise exploratória de dados não tenham papel nos negócios, mas a análise orientada por decisões assume que a primeira responsabilidade dos executivos de negócios é ter um foco nítido em seu trabalho e cumprir suas principais responsabilidades. Para fazer isso, funciona melhor começar a partir da decisão em questão e trabalhar para trás em direção aos dados necessários. A mineração de dados e a análise exploratória de dados são valiosas, mas servem a um objetivo diferente.
Os autores sugerem fazer perguntas “factuais” quando estiver buscando uma previsão e “contrafactuais” quando precisar comparar resultados com e sem uma intervenção específica. Esse último caso envolve cenários hipotéticos e exigem inferência causal, tornando-as inerentemente mais intrincadas do que questões factuais. Por exemplo, durante a campanha presidencial de 2012 nos EUA, a equipe de Barack Obama ganhou uma vantagem crucial contra a de Mitt Romney ao perguntar “Quem é mais suscetível a ser persuadido a votar em Obama?” Essa pergunta contrafactual permitiu que a equipe identificasse os eleitores mais inclinados a mudar seu comportamento de voto quando visitados por um funcionário de campanha, em vez de visar aqueles com maior probabilidade de votar em Obama ou apoiadores ferrenhos de Romney – ambos os quais teriam desperdiçado recursos valiosos.
A abordagem revolucionou a forma como as campanhas políticas eram conduzidas, enfatizando a precisão e a eficiência na mobilização de apoio e no convencimento de eleitores indecisos.
Fonte: Knowledge&Wharton
https://knowledge.wharton.upenn.edu/article/better-decisions-with-data-asking-the-right-question/
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