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IA e Automação de Marketing: Google deixa de existir?

por Elcio Santos - 09/03/2023

Se você não está conseguindo acompanhar o tsunami de notícias sobre o ChatGPT e as novidades sobre o Bing, da Microsoft, está em boa companhia.

Não temos memória recente de uma tecnologia que tenha passado tão rapidamente do laboratório para um produto com milhares de utilizadores e que tenha durado menos tempo, e que tenha sido pioneira, captada ou imaginada coletivamente e mostrado o potencial para revolucionar a forma como interagimos com a informação online.

Nada ilustra melhor essa percepção do que o fato de o Google – o motor de busca que há mais de duas décadas domina o setor – estar desesperadamente fazendo movimentos defensivos.
Mas vamos por partes.

Há duas semanas, a Microsoft anunciou que o Bing (que, apesar dos esforços multimilionários, tem apenas 9% do mercado) passaria a incluir uma ferramenta que permite buscas com linguagem natural, como se estivessem perguntando a um ser humano.

É possível colocar questões complexas, como:

“Preciso comprar uma escrivaninha nova para trabalhar em casa, mas não gosto de montar móveis e preciso que caiba no meu carro, que é o modelo X”; ou…

“Quero fazer uma viagem de férias pela Europa, alugando um carro em Lisboa e indo até uma qualquer cidade italiana à beira-mar.

Que percursos sugere?”; ou “Vou dar um jantar em casa para seis pessoas. Uma delas é vegetariana e há uma criança. O que devo fazer para não passar horas na cozinha?”. O computador pode até adotar um tom humorístico, profissional ou casual, à escolha do usuário.

Esta tecnologia do Bing ainda está numa fase de testes, não é acessível a todas as pessoas e tem como base o modelo de linguagem usado no ChatGPT.

Basicamente, é como a IA e Automação de Marketing de conversação que a OpenAI disponibilizou online no final de novembro.

A Alphabet, dona do Google, reagiu, apresentando apressadamente uma ferramenta concorrente, chamada Bard.

É fácil entender a preocupação do Google. A funcionalidade tem o potencial de mudar toda a economia associada à atividade de busca.

Para começar, tem impacto nas empresas que fazem publicidade nos motores de busca.

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IA e Automação de Marketing: mas é o Google?

Se o superinteligente assistente virtual sugere especificamente um produto ou serviço, quem é que vai clicar em anúncios de produtos ou serviços semelhantes?

Além disso, quem é que vai continuar a clicar em links?

Um dos negócios que sentirá o impacto é o da mídia. Se a inteligência artificial apresenta os fatos, em textos bem redigidos, quem vai clicar nas notícias?

Por ora, a tecnologia está longe de ser perfeita.

Pode-se argumentar que estes modelos têm uma espécie de conhecimento, mas não têm sabedoria ou sequer uma pitada de bom-senso.

Se houver muitos textos online dizendo que a Torre Eiffel é na Lua, os modelos vão repetir o absurdo. E já apareceram problemas.

Rapidamente o novo Bing mostrou um lado sombrio, fazendo ameaças ou insistindo que os usuários estão numa relação infeliz e falhada;

E que ela, a máquina, é que estava verdadeiramente apaixonada pela pessoa com quem estava “conversando”.

A Microsoft teve de limitar a ferramenta para tentar evitar estes problemas. Mas este é um risco que a empresa está disposta a correr.

A pesquisa é um negócio pequeno para a Microsoft, que pode dar-se ao luxo de experimentar e errar. Já para a Alphabet, o Google é a base de tudo (a publicidade associada ao Google representou 81% das receitas de 2022).

É cedo para dizer que a Microsoft está na dianteira. A tecnologia ainda tem muito por onde ser desenvolvida e a Alphabet tem trunfos.

Nas últimas décadas, o Google transformou-se em um verbo, influenciando muitos negócios e atividades econômicas por meio da sua seleção e hierarquização da informação como o motor de busca dominante.

O mesmo aconteceu com os hábitos dos usuário e consumidores.

Google (como marca, plataforma ou empresa) continuará a ser relevante – mas a pesquisa, do Google ou do Bing, seguirá um paradigma diferente da googlização em que vivemos há um quarto de século.

Fonte: Publico 4.0 Tecnologia (Portugal)

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